quarta-feira, 3 de abril de 2013

DESENVOLVIMENTO SOCIAL, COGNITIVO E MOTOR DO BEBÊ: IMPORTÂNCIA DOS PAIS E DO AMBIENTE

Rebeca Batista da Silva
Coluna "Mãe e bebê, vida que segue"

Desenvolvimento social, cognitivo e motor do bebê: a importância dos pais e do ambiente

Rebeca Batista da Silva *
Ao nascimento, o bebê já apresenta diversos reflexos e é capaz de responder a alguns estímulos. Porém, é necessário que seja estimulado, cada vez mais, a reagir a tais estímulos.

Vários estudos comprovam que trata-se de um processo que depende tanto dos pais quanto do bebê. Esses pais, principalmente o de filhos prematuros, passam por angústias, se culpam, se aquele bebê perfeito, que estava sendo aguardado, veio um pouco antes do tempo e, muitas vezes, necessita de cuidados intensivos.

A tríade (pai-mãe-bebê) precisa estar segura, um em relação ao outro, para que se estabeleça fortemente um vínculo e esse bebê consiga se desenvolver sem problemas. É importante a equipe de saúde manter os pais próximos do recém-nascido e informar-lhes sobre as possibilidades e a capacidade do bebê de se recuperar com a ajuda deles.

Está comprovado que bebês que não conseguem estabelecer precocemente esse vínculo podem apresentar um desenvolvimento com dificuldades. Desta maneira, a conexão emocional e o comportamento de apego podem ficar comprometidos e, muitas vezes, os cuidados que a mãe pode oferecer acabam não sendo suficientes para o estabelecimento de uma adequada comunicação entre os dois.

Por isso, se ocorre uma não-responsividade por parte da mãe, pode-se esperar enormes consequências no desenvolvimento dessa criança, que pode apresentar muito mais riscos de resultados adversos no estabelecimento do apego precoce e no desenvolvimento emocional se uma intervenção não for feita.

Crianças com apego fortalecido e consolidado, ou que rumam à independência, têm confiança no amor de seus pais, sabem que podem confiar neles para compreender e satisfazer suas necessidades e veem o mundo como um local seguro.

Em contrapartida, os esforços dos pais para levarem seus filhos à independência precoce resultam num processo inverso, ou seja, provocam dependência e medos que podem permanecer a vida toda. Estando assegurado de que suas necessidades físicas e emocionais serão satisfeitas, o bebê começa a desenvolver um sentimento de confiança básica e apego que o conduz à construção da independência. Assim, a criança pode usar sua curiosidade para desbravar e experimentar essa realidade fora do útero materno.

Além dessas questões, observa-se também a importância do ambiente no desenvolvimento do bebê, pois com vários estímulos externos (sonoros, luminosos, visuais...) o recém-nascido começa a explorar e a querer descobrir esse mundo novo ao qual está sendo apresentado.
Rebeca Batista da Silva é enfermeira intensivista (Coren-SP 171720), graduada em enfermagem pela Universidade de Pernambuco-UPE e pós-graduada (Especialista) em UTI neonatal e pediátrica.
Publicado no Portal da Família em 01/04/2013

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