quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O encanto da lua

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR
Nas noites, quando a lua podia ser vista, lá estava seu Gregório, encantado, com a luz do céu. E era mais uma dessas noites. Então, saiu do seu casebre - na área rural - e puxou uma cadeira, no quintal de terra, para apreciar a brilhante senhora.
 
Quanto encantamento havia em seu olhar! 
 
Ficava minutos inteiros, sem piscar, totalmente vidrado nessa imagem do alto. Junto a esse fascínio, mil formas tomavam cor em sua lembrança. 
 
O pensamento voltava desde sua tenra idade e alcançava os últimos acontecimentos do presente. Esse senhor fez um acordo consigo, de que tudo o que vivesse seria aprendizagem. Os fatos bem-sucedidos e de alegria seriam relembrados quando precisasse de um incentivo ou quando apenas quisesse animar o seu semblante; os não tão felizes seriam para reavaliar os procedimentos e, assim, aprender e aprimorar. Talvez os “recuerdos infantiles” lhe imprimiram essa lição.
 
Esse senhor, pobre apenas de dinheiro, teve um grande mestre. Seu avô sempre o levava ao quintal para ver a lua na noite. Não podia ser diferente, pois tudo o que é de bom coração se torna enriquecedor.
 
Na infância, seu avô o ensinou a aprender muito mais observando; outro tanto, ouvindo; e ainda, aprendendo com o exemplo alheio. E lhe dizia que não era necessário ter de sofrer na pele todos os efeitos da atitude incoerente; também era sábio progredir por meio da observação das ações do próximo, com resultados proveitosos e de crescimento, ou, também, com os nem tão bons assim.
 
E lá estava seu Gregório sob o luar, sentado na cadeira e admirando a grandeza do mundo. Uma ação apreendida que até hoje lhe favorece o coração.
A aprendizagem é constante e o seu bom uso, imprescindível.
 
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