Os pais sempre querem que seus
filhos sejam boa pessoas, que tenham uma vontade forte o suficiente para
resistir às más tentações da vida e, ao mesmo tempo, busquem melhorar
sempre. Mas como conseguir isso? Saiba como, e conheça a Teoria "Z"
aplicada nas famílias.
O bem é uma característica própria da vontade, é uma tendência natural da vontade querer fazer o bem. A vontade é educada, basicamente, no seio da família. Os valores são adquiridos na convivência familiar e os pais são os principais responsáveis pela formação dos filhos. A educação da vontade é fundamento principal na formação da pessoa. Ela se faz através da aquisição de valores, hábitos e virtudes. As novas pedagogias oferecem meios para educar na vontade através de seis áreas: 1) EDUCAÇÃO PRECOCE 2) EDUCAÇÃO EFICAZ 3) EDUCAÇÃO PREVENTIVA 4) EDUCAÇÃO COM O EXEMPLO 5) EDUCAÇÃO MOTIVADA 6) EDUCAÇÃO PERSONALIZADA EDUCAÇÃO PRECOCE O que é ? É estimular um valor ou virtude em seu período sensitivo É conseguir uma melhora pessoal no momento idôneo. O que é Período Sensitivo ? É cada etapa em que se torna mais fácil aprender algo, uma habilidade, porque a pessoa está pré-disposta a adquiri-la desde que receba os estímulos adequados. Estimular nos momentos oportunos facilita a aprendizagem e o trabalho de educação dos pais. A educação precoce potenciará as capacidades da criança e facilitará seu posterior desenvolvimento intelectual. Ela é importante porque quanto maior o número de estímulos recebidos (na gestação até os oito anos) e melhor qualidade dos mesmos, haverá mais conexões entre os neurônios e, como conseqüência, maior enriquecimento do cérebro. Para saber mais, procure: “Experiências de uma mãe” de Ana Sanches – Coleção Fazer Família. A influência dos pais dentro da educação precoce é que eles compartilhem com seu filho os melhores momentos das primeiras lições e aprendizagens de sua vida, e criem com ele um vínculo afetivo tão intenso e positivo, que será mais fácil para ele ser capaz de superar qualquer obstáculo que se coloque em seu caminho, sempre respeitando suas capacidades, que são muito maiores que as que nós cremos que ele possua. Por exemplo: uma pessoa não nasce esportista, inteligente e generosa. Ela se torna esportista, inteligente e generosa graças ao estímulo recebido e a sua capacidade de ser livre e responsável. As aptidões e a forma de ser das pessoas não são hereditárias, se adquirem na convivência, graças aos estímulos recebidos. No campo da vontade, a capacidade de decidir é própria do ser. Se uma pessoa quer é mais fácil modificar os resultados. Parafraseando um ditado popular: Não se deve dar o peixe. É preciso ensinar a pescar ou, melhor ainda, é preciso mostrar as vantagens da pesca para que a pessoa QUEIRA PESCAR. Se ela quiser pescar aprenderá como fazê-lo e o fará. EDUCAÇÃO EFICAZ A educação eficaz se realiza quando no processo educativo se produz uma Sinergia Positiva. É na própria criança que se produz esta Sinergia Positiva, ajudando-a a melhorar como pessoa. A Sinergia Positiva se produz quando os esforços normais para conseguir um objetivo se somam a uma força, gerada dentro da própria criança, que potencia por si própria o resultado final obtido. A educação eficaz nos ensina a aproveitar melhor o potencial de nosso cérebro, nos ensina a gerar a Sinergia Positiva suficiente que nos levará a conseguir melhores resultados educativos com menor esforço. Para o cérebro trabalhar com eficácia precisa-se: - que receba a informação necessária - que receba a informação em boas condições para sua correta assimilação - que a processe corretamente, na mesma linha dos objetivos que se querem obter Receber a informação necessária: Para promovermos uma melhora pessoal em um filho precisamos comunicar-lhe o que esperamos dele, dando-lhe a informação necessária para que promova um estímulo positivo em sua próxima atuação. Condições adequadas para uma boa assimilação da informação: A informação nos chega do ouvido ao cérebro, através dos filtros de atenção. Ao ensinar ou corrigir algo: procure fazê-lo quando a pessoa (filho ou filha) que vai ouvi-lo esteja tranqüila e alegre; ensine ou corrija com delicadeza e carinho, e manifeste sua confiança de que ela é capaz de atuar bem ou de retificar o que fez de errado. Uma mesma informação pode ser bem ouvida ou não ser escutada, desde que a pessoa que a recebe esteja ou não nas condições adequadas para sua assimilação. Cinco condições que ajudam uma melhor assimilação da informação: 1) A alegria 2) A tranqüilidade 3) A confiança 4) A delicadeza 5) O carinho É aconselhável que as cinco condições atuem positivamente para não dificultar a chegada da informação ou até mesmo bloqueá-la. A informação deve ser processada corretamente: A pessoa precisa estar corretamente motivada, sabendo o por que tem que fazer este ato bem feito e as conseqüências de fazê-lo bem para que ocorra uma melhora pessoal. EDUCAÇÃO PREVENTIVA: MAIS VALE PREVENIR QUE REMEDIAR Tomemos como exemplo a Teoria do Teatro, onde nosso cérebro é uma grande sala de teatro cheia de cadeiras, vazias ao nascer e cheias ao final de nossa vida. Assim, cada cadeira espera uma idéia, um conceito ou um hábito bom. Mas, quando chega primeiro um hábito mau e se senta, é mais difícil mudar. Mais fácil é sentar o bom quando a cadeira está vazia. O difícil é ocupar uma cadeira ocupada. E também, cada pessoa assenta suas próprias idéias, ainda que sejam más, são suas; não gosta de mudá-las. Portanto, as Novas Pedagogias falam em Educar no Futuro, adiantando-se no bem, chegando antes com o hábito bom “prevenir”. Chegue antes com a idéia correta. É melhor chegar um ano antes que um dia depois. PREVENIR É APRENDER A EDUCAR MELHOR... E NÃO IMPROVISAR. Uma coisa é prevenir algo antes que aconteça – chegar antes – dar-lhes defesas contra o mal, dar-lhes argumentos para decidir contra, e outra diferente é conhecer os primeiros sintomas das graves quedas para acudir a tempo, antes que sejam mais graves e corrigi-las. Para aprender a educar necessitamos de uma formação contínua. Hoje em dia, os pais responsáveis, devem ler livros sobre a educação de seus filhos e não educar de qualquer modo. É mais fácil educar adiantando-se aos problemas que corrigindo-os. Se nossos filhos estão bem formados e conhecem as conseqüências de um mau comportamento saberão escolher melhor. EDUCAÇÃO COM O EXEMPLO Que tipo de exemplo devemos dar ? Tudo o que fazemos e como fazemos servem de exemplo aos nossos filhos, muito mais do que imaginamos. Os filhos se fixam em nós, somos modelos permanentes, eles sabem que temos defeitos e que nos equivocamos. Um exemplo importante que os pais podem dar a seus filhos é que: nos vejam lutar para ser pessoas melhores. Quando os filhos vêem nosso esforço por fazer as coisas cada vez melhor, nosso desejo de superar-nos, não importa que nos surpreendam fazendo algo de mau, o reconheceremos e lutaremos para evitá-lo. Formas de dar esse exemplo: • Envolver-se nos mesmos objetivos que exigimos deles. • Colocar-nos metas comuns de progresso. • Lutar juntos para melhorar. • Ajudar-nos uns aos outros. A teoria "Z" na familia: - Todos lutam para melhorar - Todos se ajudam - Todos controlam os progressos... ou retrocessos Lembrar que: - O exemplo continua sendo o primeiro. - O melhor exemplo é que nos vejam lutar para fazer as coisas bem. - Lutar em equipe aumenta a motivação para atuar. - E se faz falta pedir perdão... pede-se. EDUCAÇÃO MOTIVADA A melhor motivação para fazer um ato bom, é o valor que tem o bem em si mesmo. Premiar com algo material – dinheiro ou coisas – uma boa ação, um bom comportamento, produz no filho o desejo de ganhar mais dinheiro em vez de vontade de ser melhor.
Comportar-se bem por dinheiro ou por uma recompensa econômica degrada o valor. O bem deve ser buscado pelo valor que tem em si mesmo. Assim, ao educarmos, devemos ter como objetivo que nossos filhos cresçam em valores positivos e virtudes. E para que haja virtudes há que fazer as coisas livremente e porque são boas, buscando fazer o bem em si mesmo. Ex.: Estudar é bom em si mesmo: desenvolvo minha inteligência, alegro meus pais e cumpro meu dever se eu estudo porque é algo bom em si mesmo e é minha responsabilidade social, esse motivo não se acaba nunca e o farei pelo valor que tem em estudar. Se o motivo é material, reforçamos no filho o materialismo, o consumismo ou o medo ao castigo.
ENSINE SEU FILHO A ESCOLHER BEM: EDUCAÇÃO PERSONALIZADA
Todas as pessoas são diferentes, únicas e irreptíveis. Cada filho necessita receber uma educação diferente – personalizada. O desenvolvimento evolutivo de cada filho é diferente, cada um deve ser tratado e educado segundo as necessidades de seu próprio ser. Para julgarmos a forma de ser de um filho, é necessário conhecê-lo a fundo, não vê-lo apenas externamente, e isto requer um relacionamento e uma convivência estreita, nem sempre fácil de conseguir. Uma dica boa é intensificar as relações pais-filhos durante os fins de semana. Podemos considerar, na educação de um filho, as seguintes circunstâncias: Ponto de partida: 1- Como é uma criança desta idade.
Circunstâncias próprias do filho
3- Quais são seus pontos fortes.Elementos exteriores que nos facilitam ou dificultam a ação 5- De que oportunidades disponho.1) Como é a criança desta idade ? Procurar conhecer os Períodos Sensitivos e os Instintos Guias para a busca desta informação; também com experiências de outras pessoas, pedagogos, livros, etc. 2) Como é ele na realidade ? Ele é assim, é bom ter sua própria personalidade. Apenas devemos atuar para facilitar-lhe que seja melhor como pessoa. Ajudaremos a corrigir maus hábitos e potenciar os bons, para que se convertam em virtudes. 3) Quais são seus pontos fortes ? Os filhos não nascem com pontos fortes, devemos fazer crescer. Devemos ajudá-los a potenciar os pontos fortes, por exemplo: - Ter uma boa imagem deles. - Elogiar-lhes pelo que fazem bem. - Aumentar sua auto-estima. - Fazer-lhes ver que “são capazes”. 4) Quais são suas fraquezas ? É mais fácil potenciar um ponto forte que corrigir um defeito. Assim, para corrigir um defeito, devemos potenciar a virtude contrária. Exemplos: Se for egoísta - fomente-lhe a generosidade. Se for preguiçoso - ajude-o a ser laborioso. Se for desordenado nos estudos - faça-o ordenado com os brinquedos ou hobbies. 5) De que oportunidades disponho? Há momentos em que a solução não está às nossas mãos. Em certas ocasiões é conveniente que seja outra pessoa a ajudar nosso filho a melhorar. Em oportunidades exteriores, como: um tutor no colégio; um bom amigo; um parente próximo; um irmão maior; um amigo da família. E o melhor momento para conversar com o filho ? - Num final de semana tranqüilo. - Uma viagem de trabalho na qual conseguimos que nos acompanhe. - Um dia de compras. - Uma partida de futebol em que jogamos juntos. 6) Que perigos externos devo evitar ? - Falar com ele depois de um desgosto. Esperemos o momento mais oportuno. - Esquecer a influência daquele amigo que não gostamos. - Os falsos “valores” que se propagam nas ruas e meios de comunicação. - Esse lugar de férias de verão que não é o melhor ambiente. - A televisão pode ser um perigo externo. Se avaliarmos os perigos estaremos em melhores condições para evitá-los. Não espere para falar com eles apenas quando haja problemas, quando tenha que lhes pedir algo ou para repreendê-los. Seus filhos precisam sentir-se queridos, importantes e que seus pais os querem bem.
FAZENDO ISSO DESDE PEQUENOS, VOCÊ ESTARÁ
PREPARANDO-OS PARA QUE SEJAM PESSOAS ALEGRES, CONFIANTES E
RESPONSÁVEIS QUE RECEBAM DA FAMÍLIA SEU MAIOR TESOURO: UMA BOA EDUCAÇÃO
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Fonte: IDE - Instituto de Desenvolvimento da Educação |
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Publicado no Portal da Família em 18/11/2012 |
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Como educar a Vontade nos filhos
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