quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Reflexões sobre o auxílio do invisível

Por: LEDA MARIA FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)


“Cada Espírito possui o roteiro que lhe é próprio”. - Emmanuel ¹
 
Diz Emmanuel para não procurarmos orientação com os outros sobre assuntos claramente solucionáveis por nosso esforço, e isso permite, a nosso ver, uma reflexão sobre a presença da ajuda nas nossas vidas, seja ela de encarnados ou desencarnados. 

Esperamos sempre – ansiosamente – o auxílio do plano espiritual, não importando, por ora, o nome pelo qual ele seja designado frente às diferentes crenças que cada um possui. 
 
Espera-se ser ajudado pelas forças invisíveis, desde a colocação profissional no mercado de trabalho até os problemas afetivos, passando assim por uma gama infinita de pedidos prosaicos, uns justos, outros não; desde a solicitação de coragem para enfrentar uma doença grave, como para ajudar a arrumar um marido ou namorada, ou conseguir comprar o carro do ano.

O problema está, na verdade, no foco que existe para as necessidades que se cria das coisas materiais: a casa bem maior, mesmo que já se possua uma adequada às necessidades pessoais; um segundo carro, apesar de já se ter outro; o sucesso sem merecimento, porque se inveja a vida “de glamour” de pessoas de destaque, nas mais diversas áreas de atividade humana, sem que se tenha, mais das vezes, os requisitos essenciais para tal façanha; a aprovação em testes ou provas finais na escola, quando não se preparou adequadamente para elas, durante todo o curso.

Evidentemente, os amigos espirituais, autorizados pelas Esferas Superiores, estão prontos a auxiliar o homem, tal como perguntou Jesus aos discípulos, quando vieram avisá-Lo que a multidão estava faminta³: “Quantos pães tendes?” E disseram-Lhe: - “Sete”.  Essa passagem exemplifica a condição “sine qua non” de atendimento às necessidades humanas: O que cada um de nós tem para oferecer ao Mestre, a fim de ser centuplicado em favor do pedinte? 

Em Atos, Capítulo 12, versículo 10, encontramos um relato, referindo-se à prisão de Pedro, a mando de Herodes Agripa, que mostra muito bem a ajuda que se pode receber e em quais limites acontece, uma vez que ela não pode interferir nas nossas escolhas. No cárcere, Pedro vê o Anjo do Senhor abrir-lhe as pesadas algemas e descerrar as portas que o libertariam da prisão. O pescador de Cafarnaum percebe o anjo caminhando junto dele, ultrapassando, com ele, os primeiros perigos da prisão até a um lugar seguro na rua, para depois vê-lo afastar-se, deixando-o entregue à própria liberdade de forma a não desmerecer-lhe as iniciativas.

A contribuição recebida por Pedro é lição para todos nós. No momento oportuno o auxílio do invisível nos alcança a todos, nas suas mais diferentes formas de expressão: Aqui, é o ombro amigo que nos sustenta o pranto; ali, é a ajuda financeira que surge de onde menos se espera; mais adiante, é a melhora da saúde com a medicação correta; acolá, é a mensagem confortadora que acalma e permite que se possa enxergar a dificuldade sob outro prisma. São tantas as formas e tão variadas, que somente o coração disponível ao entendimento no Bem e a mente voltada para esferas mais elevadas podem percebê-las.

Todavia, é imprescindível não se viciar nessa cooperação. Necessário se faz o aprender a caminhar sozinho, usando a independência inerente da nossa condição de ser espiritual – criados por Deus – e a vontade real de se ser justo e útil. Estamos no mundo para aprender – e é isso que somos: eternos aprendizes das Leis divinas –, e não é possível esquecer-se de que não podemos esperar que nossos instrutores, encarnados ou desencarnados, resolvam os problemas que competem a nós, como alunos, solucionar. É como pedir ao mestre que faça as provas, que nos aprovarão na série, por nós.

Todos esses são exemplos típicos de quem busca o auxílio da Espiritualidade.
 “O Evangelho segundo o Espiritismo”, no capítulo 17, item 7, e no capítulo 25, itens 3 e 4, bem como “O Livro dos Médiuns”, questão 291 e seguintes, e ainda o livro “Sinal Verde”, lição 17, de autoria do Espírito André Luiz, com psicografia de Francisco Cândido Xavier, apresentam algumas das fontes de onde poderemos tirar outros exemplos. 

A literatura espírita séria pode fornecer elementos importantes para meditações sobre o tema. Há séculos o remédio para os velhos enigmas das relações humanas entre os dois planos da existência está indicado nos ensinos de Jesus. Basta para tanto aos espíritas de boa vontade e aos neófitos da Doutrina consoladora, que nos sustenta a caminhada, buscar nas obras da Codificação e na literatura espírita que dá sustentação à grandiosa obra de Kardec os recursos para reflexão, entendimento e consequente prática dos ensinamentos evangélicos. 

Não nos iludamos: Sem o estudo e a prática dos princípios doutrinários, dos postulados espíritas, não há caminhos seguros na evolução moral.

Bibliografia:
1 – EMMANUEL (Espírito) – Fonte Viva – [psicografado por] F.C.Xavier – Federação Espírita Brasileira, 31ª ed., Rio de janeiro/RJ – 2005 – Lição 138.
2 – EMMANUEL (Espírito) – Caminho Verdade e Vida – [psicografado por] F.C.Xavier – Federação Espírita Brasileira, 17ª ed., Rio de Janeiro/RJ, 1997 – Lição 100
3 – Marcos, 8:5.
Fonte: Retirado  em inteiro teor de o Consolador uma Revista Semanal de Divulgação Espírita


 

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