Os números divulgados
pelo IBGE apontam
excepcional crescimento
do contingente espírita
entre 2000 e 2010
Quem somos? Quantos somos? Onde estamos? O que o contingente espírita paulista representa no meio espírita nacional? Estas e outras perguntas foram respondidas em oficina realizada pela USE Regional São Paulo, ocorrida em 17 de novembro de 2012. Com o título “Censo IBGE 2010: desafios e oportunidade para a difusão do Espiritismo em São Paulo”, a iniciativa foi coordenada por Jeferson Betarello (membro da USE Regional SP, escritor e Mestre em Ciências das Religiões pela PUC SP) e contou com a presença de lideranças da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, dos presidentes da USE Regional paulista, USE Carapicuíba, USE Casa Verde, USE Cotia, USE Guarulhos, USE Lapa, USE Pinheiros, USE Tatuapé, USE Vila Maria e dos pesquisadores Felipe Gonçalves e Ivan Franzolim.
Na primeira parte da
Oficina os participantes
foram convidados a
dialogarem sobre a
necessidade de
conhecermos o público
frequentador das Casas
Espíritas, essencial
para traçarmos o rumo de
cada instituição. Foi
abordada, ainda nesta
primeira parte, a
necessidade da liderança
espírita estar atenta
para a mensagem que é
passada ao público
através da fala e,
também, da postura
enquanto dirigentes
espíritas.
Encerrando a primeira
parte da oficina,
Betarello fez uso de
textos extraídos da
Revista Espírita, de
autoria de Allan Kardec,
para demonstrar a
orientação do
Codificador quanto à
necessidade de
quantificarmos e
qualificarmos os adeptos
do Espiritismo. Houve
intensa participação de
todos os presentes que
demonstraram preocupação
com mudanças e
informações que levem ao
aprimoramento das
tarefas executadas em
prol do Espiritismo.
Números do crescimento
espírita
A segunda etapa
baseou-se em análise dos
dados extraídos do Censo
IBGE 2010, cujos
resultados foram
divulgados em 2012. Por
meio de planilhas e
mapas, o facilitador
demonstrou que o
contingente espírita foi
o que mais cresceu nos
últimos anos dentre os
contingentes religiosos
do Brasil, porém
continua maior a
concentração de adeptos
nos grandes centros
urbanos, especialmente
nos estados de São
Paulo, Rio de Janeiro,
Minas Gerais e Rio
Grande do Sul.
Em todo o território
nacional a população
cresceu 12%, enquanto os
espíritas cresceram 70%.
No estado de São Paulo,
enquanto a população
teve crescimento de 11%,
o número de espíritas
foi ampliado em 74%. Já
na cidade de São Paulo o
contingente espírita
teve um aumento de 85,6%
em uma década, saltando
de 286.600 pessoas
(2,75% da população)
para 531.822 (4,73% da
população). Apenas para
comparação do
significado desses
números, os espíritas
têm hoje, na capital
paulista, um número de
adeptos tão grande
quanto a maior igreja
evangélica do país.
“A meu ver, devem
ser criadas estratégias para
divulgar e
utilizar essas
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informações,
permitindo que
as lideranças
espíritas possam
atuar de forma
planejada no
sentido de
manter o
crescimento com
qualidade e
também fazer com
que haja um
aumento mais
consistente em
termos presença
espírita em todo
o território
paulista”,
opina Jeferson,
que demonstrou
grande
satisfação com a
presença de
líderes
interessados na
exposição e com
a manifestação
das USE Regional
e Estadual São
Paulo no sentido
de levar adiante
ações que
permitam a
divulgação
destas
informações
visando melhorar
a gestão do
espaço
territorial
ocupado pelos
órgãos
de unificação da
Capital e do
interior
paulista.
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Neste sentido já foram
agendadas reuniões para
dar sequência na
divulgação e utilização
das informações
utilizadas ao longo da
Oficina, a primeira
delas para 16 de
fevereiro de 2013. Além
disso, o material
elaborado pelo
pesquisador Jeferson
Betarello (com os dados
aqui mencionados e muito
mais) pode ser
solicitado pelo e-mail
contato@useregionalsp.com.br.
Reflexões importantes
Como podemos notar, o
estudo aprofundado dos
dados gerados por uma
pesquisa nacional traz
números extremamente
positivos para a
Doutrina Espírita, bem
como nos leva a
reflexões importantes. A
primeira delas é o fato
de que ser espírita é
uma decisão íntima, que
vai além de ir
regularmente a uma
reunião Casa Espírita e
tomar passe. Ser
espírita significa ter
conhecimento mínimo da
Doutrina Espírita,
segundo a base deixada
por Allan Kardec,
buscando a sua prática e
dando sua colaboração
para que ela cresça e
chegue a todos os que a
buscam. Dessa forma, o
número contabilizado
pelo Censo (atualmente
3.848.876 em todo
território nacional) não
parece ser inferior ao
que temos, de fato,
dentro do movimento
espírita.
Outro ponto
significativo é o
crescimento do número de
pessoas que se declaram
“sem religião”. Muitas
dessas pessoas,
provavelmente, optam por
esse caminho por estarem
em busca de uma fé
raciocinada como o
Espiritismo, que possui
aspectos científico,
filosófico e moral (ou
religioso). Abrir mão de
um deles ou dar maior
ênfase a um é diminuir a
grandiosidade da
mensagem espírita e
restringir o acesso do
público às informações
que poderão modificar
sua forma de viver.
Muitos justificam essa
atitude com a afirmação
de que o público só quer
ouvir determinada parte
doutrinária ou, ainda,
que as pessoas da Casa
não têm condições de
entendimento de temas
considerados mais
profundos.
No primeiro caso, cremos
que o Dirigente tem o
dever de divulgação da
Doutrina e ele deve ser
mantido acima de tudo.
Quanto ao segundo, todo
tema pode ser
compreendido pelas
pessoas que vão à Casa
Espírita, desde que os
trabalhadores se
preparem adequadamente
para que a mensagem
possa ser captada por
todas as pessoas,
independente de grau de
instrução ou idade.
Em outras palavras, as
lideranças devem se
preparar para a execução
de sua tarefa de
divulgação doutrinária e
para isso o estudo - e a
reflexão - das obras
básicas é
imprescindível, assim
como a troca de
experiências e a
utilização de dados
seguros, como os
fornecidos pelo
Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística
(IBGE), que devem ser
analisados e utilizados
no planejamento de ações
estratégias que
beneficiem o crescimento
qualitativo no
Espiritismo no Brasil.
Fonte: o Consolador uma Revista Semanal de Divulgação Espírira
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