Vanessa conviveu
desde criança em
ambiente
espírita,
havendo frequentado a
Escola de
Evangelização e
recebido
exemplos
fundamentais dos
seus avós, tios
e pais em sua
formação
espírita. Aos
quatorze anos
tornou-se
monitora em
Escolas de
Evangelização e
aos dezessete
anos passou a
coordenar os
trabalhos de
evangelização
infanto-juvenil
do Instituto
Paulo de Tarso,
em Ribeirão
Preto. É formada
em Psicologia
pela
Universidade de
São Paulo, onde
também fez o
doutorado em
Neurociências.
Transferiu-se
para os Estados
Unidos em 1998
para fazer o
pós-doutorado na
Universidade de
Maryland. Desde
aquela data,
trabalha como
neurocientista
na Universidade
de Maryland,
onde também
ministra aulas e
é diretora do
Programa de
Ciências
Comportamentais.
Nas atividades
espíritas
exercidas nos
Estados Unidos,
é
presidente-fundadora
da Sociedade
Espírita de
Baltimore (SSB),
que mantém o
site
www.ssbaltimore.org,
e
da Sociedade
Espírita da
Virgínia;
fundadora e
coordenadora da
Kardec Radio e
editora-chefe da
Spiritist
Magazine, a
revista espírita
trimestral do
Conselho
Espírita
Internacional.
Faz traduções
para o inglês
das obras de
Divaldo Franco e
Chico Xavier e
tem um livro em
parceria com
Divaldo Franco,
intitulado
Nova Geração.
Vanessa Anseloni
concedeu-nos a
entrevista
seguinte:
Como iniciou
suas atividades
doutrinárias nos
Estados Unidos?
Em 1998, iniciei
um grupo de
orações e
estudos
espíritas em meu
lar, enquanto
ainda solteira.
Recebi a ajuda
indispensável de
Jorge Godinho
Nery e sua
esposa Antonia
Helena. O grupo
se iniciou em
outubro de 1998
e passou a se
reunir em sala
de estudos da
Universidade de
Maryland em
março de 1999.
Como são
recebidas as
propostas
espíritas nos
Estados Unidos?
O Espiritismo
ainda não é
conhecido em
grande escala
nos EUA, muito
porque a maioria
dos grupos
espíritas
existentes ainda
faz os trabalhos
em língua
portuguesa ou
espanhola, o que
naturalmente
cria uma
barreira para
que os que não
falam estas
línguas possam
adentrar os
espaços
espíritas. No
entanto, desde
que a Sociedade
Espírita de
Baltimore (SSB)
iniciou seus
esforços em
palestras na
língua inglesa,
no final de
2001, o cenário
vem se
modificando,
pois atualmente
há diversos
outros grupos e
centros que
abraçaram os
estudos e a
prática espírita
na língua
inglesa.
O perfil do
americano que
chega à casa
espírita é bem
diferente.
Geralmente não
são
ex-católicos,
como no Brasil.
Costumeiramente,
são pessoas que
foram
protestantes e
já
experienciaram
outras linhas de
trabalho
espiritual-esotérico
e agora
encontraram o
Espiritismo. São
inúmeros os
americanos que
chegam às casas
espíritas depois
de terem ouvido
falar sobre o
Espiritismo
graças aos
trabalhos de
cura realizados
por João de Deus
em Abadiânia,
Goiás.
Fale-nos sobre a
Sociedade
Espírita de
Baltimore.
Iniciamo-la em
meados de
outubro de 1998
no meu
apartamento da
Charles Street
em Baltimore,
com a intenção
inicial de
servir como
grupo de estudos
e Evangelho no
Lar, com a ajuda
do casal Jorge
Godinho Nery
(assessor da
presidência da
FEB) e Antonia
Helena Nery.
Estudávamos o
ESDE da FEB. Em
poucos meses,
mudamos para uma
sala reservada
da Universidade
de Maryland. Em
meados de 2001,
uma americana
amiga, a
psicoterapeuta
Daryl Joyce,
sugeriu-nos
realizar
reuniões
públicas em
inglês.
Apresentou-nos a
Zohar Meyerhoof,
diretora,
radialista,
benfeitora da
cidade de
Baltimore, a
qual nos abrira
as portas para
realizar os
primeiros
workshops em sua
clínica de
medicina
holística. Ali
ficamos por
anos, até que em
2006 uma senhora
americana,
Judith Campbell,
juntamente com
seu marido,
Kevin Campbell,
tendo vindo ao
tratamento
espiritual e
ficando
maravilhados com
o trabalho
espírita,
quiseram ajudar
nossa
instituição.
Montaram um
centro para que
a SSB pudesse
utilizar, com
todas as
despesas pagas.
Ficamos lá por
dois anos. Em
2008, no
entanto, a SSB
resolveu
investir em
espaço
independente,
onde nos
encontramos até
o presente
momento.
Neste entremeio,
a SSB tem
trabalhado com
traduções dos
livros e CDs de
Divaldo Franco,
Raul Teixeira e
Francisco
Cândido Xavier.
Sob a
coordenação de
Daniel Santos,
temos aberto
espaço para a
transmissão
on-line dos
trabalhos
espíritas desde
2005, através do
site da TVCEI.
Também em 2008,
lançamos o
primeiro
programa de
estudos
espíritas em
inglês
intitulado
Roadmap Program
for the
Spiritist Study
and Practice,
com aulas e
vivências para
quem queira
aprender sobre o
Espiritismo.
Este material
foi adotado
neste ano pelo
CEI e já se
encontra
implantado em
dezenas de
grupos dos EUA e
em processo de
implantação em
outros países, a
partir de
traduções. O
sucesso do
Roadmap
levou-nos a
lançá-lo em
forma de
e-learning via
website
www.e-spiritism.org
com a ajuda de
Daniel Santos e
Mackenzie Melo.
Atualmente, há
mais de 800
inscritos, sendo
que a primeira
pessoa a
terminar o
primeiro curso
foi uma alemã
residente na
Inglaterra.
Em 2007,
recebendo
inspiração do
Alto, lançamos o
primeiro
congresso
espírita
americano
somente na
língua inglesa.
Fora o Primeiro
Simpósio
Espírita dos EUA
em Baltimore.
Coordenamos os
três primeiros,
em 2007 em
Baltimore, em
2008 em Nova
Iorque e em 2009
em Boston. Em
2010, ele passou
a ser coordenado
pelo Conselho
Espírita
Americano. A
Sociedade
Espírita de
Baltimore também
tem incentivado
e ajudado na
formação de
outros grupos
locais, como,
por exemplo, o
Spiritist
Society of
Virginia,
formada desde
2007 e o grupo
de estudos
espíritas de
Delaware e
Pensilvânia,
onde realizamos
um evento
especial com
Haroldo Dutra
Dias no dia 4 de
novembro do ano
passado.
Como são
realizados os
estudos na
Sociedade.
Existem
palestras
públicas?
Buscamos seguir
o modelo dado na
Codificação.
Deste modo, o
foco é o consolo
e o
esclarecimento
da alma
reencarnada.
Assim, todos os
tópicos primam
por combinar os
três aspectos
doutrinários:
filosofia,
ciência e
religião.
Abrimos com uma
leitura de livro
inspirador como
Happy Life
por Joanna
de Angelis,
seguida de uma
prece inicial.
Fazemos a
explanação em 45
a 60 minutos,
seguida de
passes e água
fluidificada.
Todas as nossas
reuniões ocorrem
somente na
língua inglesa.
Os
estadunidenses
participam
ativamente
desses
encontros?
Há aqueles que
participam
ativamente, no
entanto, ainda
são poucos, se
comparados com o
número de
brasileiros que,
em já
compreendendo a
mensagem e tendo
tido modelos
vivos como Chico
Xavier e Divaldo
Franco, abraçam
o trabalho com
maior
facilidade.
Quais são as
respostas deles
no contato com a
Doutrina
Espírita?
Quando conhecem
o conteúdo,
ficam
maravilhados,
pois que não
difere do que
pensavam e viram
em outras
filosofias. No
entanto, buscam
compreender a
dinâmica da
prática espírita
que para eles
ainda é
novidade, como,
por exemplo, o
não cobrar das
atividades
mediúnicas ou de
passes. A
questão do
comprometimento
sacrificial e a
necessidade da
disciplina
espírita ainda
são elementos
estranhos, bem
como a questão
do trabalho
desobsessivo.
Para eles, custa
um tanto a
entender o
trabalho
mediúnico em
equipe, uma vez
que estão tão
acostumados a
exercitar a
mediunidade
individualmente,
como no modelo
americano da
televisão. Em
várias ocasiões
buscamos fazer
pontes de
trabalho e
colaboração para
trazer o
Espiritismo onde
ele ainda não é
conhecido, como,
por exemplo,
temos feito
desde 2005 na
cidade
espiritualista
de Lily Dale,
NY. Através dos
programas da
Kardec Radio,
que já tem
ouvintes em mais
de 60 países,
temos buscado
fazer estas
pontes para que
o Espiritismo
chegue aonde
ainda levaria
muito mais tempo
por mecanismos
convencionais.
Há outras
instituições
espíritas
vinculadas ao
seu trabalho?
Quais?
Buscamos sempre
trabalhar em
colaboração com
as demais
organizações
espíritas,
apoiando-nos
mutuamente.
Nossas
organizações
estão filiadas
ao Conselho
Espírita
Americano.
Como é formado o
grupo de
trabalhadores
espíritas que a
sustenta nestas
atividades?
Ele é mesclado
de brasileiros e
outros
latino-americanos,
bem como
americanos e de
outras
nacionalidades.
Neste aspecto,
diferentemente
do Brasil, em
que a maioria
dos grupos são
brasileiros,
aqui temos a
necessidade de
adquirir a tão
mencionada
competência
cultural para
que possamos
acolher com
versatilidade
entre tantas
diferenças
culturais. Como
todas as nossas
reuniões ocorrem
na língua
inglesa, temos
maior facilidade
de abrir espaço
comum entre as
diversas
nacionalidades,
não priorizando
nenhuma, a não
ser a que nos
acolhe, conforme
os preceitos
espíritas de
André Luiz em o
livro Entre
Irmãos de Outras
Terras,
capítulo 1.
A literatura
espírita está
presente nas
instituições que
dirige?
O livro espírita
é o carro chefe
de nossas
atividades,
sendo que temos
livrarias dentro
dos centros para
proporcionar e
disponibilizar a
literatura
espírita para os
atendentes do
centro. Somente
colocamos a
literatura
espírita em
língua inglesa,
a fim de evitar
problemas
culturais e
incentivar a
disseminação do
livro espírita
em inglês. Isto
também ajuda os
próprios
imigrantes, pois
que há pesquisas
científicas que
mostram que os
imigrantes nos
EUA que falam a
língua inglesa
têm melhor
autoestima, tão
fundamental para
a saúde mental.
Assim,
proporcionar
recursos na
língua inglesa
ajuda tanto o
imigrante quanto
o anfitrião.
Em sua opinião,
a Doutrina
Espírita poderá
criar raízes nos
Estados Unidos?
Diríamos que as
raízes já
existem. Não
existe acaso
quando Kardec
mantinha
correspondência
com
norte-americanos.
Num segundo
momento, vemos
Chico Xavier
visitando os EUA
em 1965, gerando
a produção
mediúnica
publicada no
livro Entre
Irmãos de Outras
Terras.
Atualmente, o
movimento
espírita nos EUA
tem crescido
muito e se
expandido
significativamente
desde os
esforços
iniciados pela
Spiritist
Society of
Baltimore em
2001 e os
esforços
recentes do
Conselho
Espírita dos
EUA.
Aqui do Brasil
vocês recebem
ajuda para o seu
trabalho?
Sim, de amigos
que oram para
que os esforços
se cumpram, bem
como de
familiares
espíritas. A
Federação
Espírita
Brasileira e o
Conselho
Espírita
Internacional
têm apoiado os
esforços
espíritas no
território
americano.
A terapêutica
espírita por
meio dos passes
e da água
fluidificada,
bem como o
atendimento
fraterno, é bem
aceita pelos
estadunidenses e
imigrantes que
aí residem?
Com certeza! É o
que eles mais
procuram. O
sofrimento está
em todas as
partes,
independente da
nacionalidade.
Ele é universal.
E por isto a
terapêutica
espírita traz o
consolo para
todos.
Fale-nos das
suas
perspectivas
quanto ao futuro
do Espiritismo
nos Estados
Unidos e no
mundo como um
todo.
Como o
Espiritismo é o
Consolador
Prometido,
Jesus, nosso
Governador,
Modelo e Guia,
com certeza, tem
um lindo plano
para a
disseminação
desta mensagem
inesquecível.
Vemos o
crescimento de
novos grupos e
novas
iniciativas em
todas as partes
dentro dos EUA,
do Canadá, da
Inglaterra e em
outras
localidades.
Recentemente,
estivemos na
Colômbia no
Congresso
Espírita com
Divaldo Franco.
Que maravilha!
Fraternidade e
solidariedade.
Suas palavras
finais.
Amigos e irmãos
brasileiros,
quanta honra em
conhecermos o
Espiritismo!
Tanto
conhecimento
para
transformarmos
nossas vidas.
Oremos, irmãos,
por todos
aqueles que
estão neste
planeta querido.
E em especial,
pedimos suas
orações para o
povo americano e
suas lideranças,
para que nosso
planeta venha a
cumprir a
Vontade de Deus
na Terra, pois,
de acordo com as
palavras de
Emmanuel no
livro A
Caminho da Luz,
a equipe de
Jesus espera dos
EUA que seja o
cérebro da Nova
Civilização. E
como
neurocientista,
amando o cérebro
como ninho da
mente, nas
palavras de
André Luiz, que
possamos ajudar
o cérebro do
planeta com o
oxigênio da
Doutrina
Espírita!
Fonte: Retirado de o Consolador uma Revista de Divulgação Semanal da Doutrina Espírita.
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