segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ciúmes em Família III: Brigas entre irmãos

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Floriano Serra
Coluna "Em Família"

Ciúmes em Família III: Brigas entre irmãos

André Pessoa
Depois da chegada do novo irmão, e vencida a manifestação dos primeiros ciúmes, os pais esperam que os filhos se amem, naturalmente compartilhem tudo, sejam solidários e cedam com tranqüilidade. Ao contrário, se observa que os pais terminam por padecer com a crescente rivalidade, hostilidade e brigas intermináveis entre seus filhos.



Para correr, é natural que antes se aprenda a andar, o que acontece à custa de inúmeros tombos. O comportamento virtuoso também requer muito esforço, suor, aprendizado e experimentação. No confronto, os irmãos aprendem a buscar saídas, a negociar, a ceder, a conhecer seus próprios limites e capacidades. As desavenças permitem a vivência da agressividade de maneira não destrutiva, e a oportunidade de adquirir controle sobre os próprios sentimentos. Reconhecer qual luta vale a pena ser disputada é uma conquista valiosa. Esse processo de aprendizado não é instantâneo. Evolui com a idade e o objeto de disputa. É educação efetiva, estruturação do caráter e personalidade, que os irmãos continuamente se proporcionam. 


As brigas entre irmãos deveriam ser resolvidas entre eles. O sábio ditado que entre marido e mulher não se mete a colher, vale também para as desavenças fraternas. Hoje é comum que os pais interfiram nessas brigas precocemente. Seja porque se revoltam pela irrelevância e banalidade do objeto e motivo da desavença, seja porque os ciúmes são os verdadeiros motivos. Os pais não deveriam interferir, pois é difícil que o façam sem tomar partido, o que acaba por gerar ressentimentos. Ambos amam os pais e desejam seu amor exclusivamente para si. 


Os pais, que observam a briga, deveriam intervir somente se a discussão ficar violenta e injusta, em palavras ou atos, quando os filhos perdem o controle e o respeito mútuo. Interferem, não para dar solução à desavença, mas para fazê-los ver que é possível se expressar e argumentar sem destruir e ofender o outro. Amainam os ânimos, sem exageros, para não dar a entender que os filhos são perigosos uns para os outros. Ao contrário, com carinho e um “deixa disso”, para que aprendam a se controlar, a desculpar e a fazer as pazes. O adulto, com tolerância e controle, auxilia aos filhos a encontrar os seus limites.


Evitar que o ciúme se manifeste é uma tarefa árdua dos pais já discutida em outros artigos. Os mais novos reclamam das regalias e responsabilidades que desfrutam os mais velhos, e esses dos carinhos e atenção dispensado aos mais novos, que eles também tiveram à seu tempo. Há sempre a desconfiança de que o outro é mais privilegiado, assim como o jardim do vizinho é mais verde.
Se ao mais velho, por exemplo, se passa o encargo de ajudar na educação dos menores, pode acontecer que queira assumir o papel dos pais tentando impor-se e corrigir aos irmãos sem autoridade de fato. Não devemos diminuir sua responsabilidade, mas sim lhe fazer ver que a ajuda que se espera é principalmente a de ser bom exemplo aos menores. Recai sobre o mais velho a dura tarefa de ser o primeiro a ceder nas brigas, principalmente se a diferença de idades é maior. Saber calar para terminar uma discussão interminável tem mais valor do que se concluir quem tem razão, pois o esforço de abdicar da réplica pressupõe crescimento em virtudes. 


As brigas são naturais, mas incomodam aos pais pelo barulho que provocam e porque custa ver que os filhos são feitos de barro. Não são o problema, e sim a solução, pois por meio delas os irmãos aprendem a conviver. Há tantas outras situações que são mais graves, como a desobediência ou mentira, e que passam despercebidas ou esquecidas por serem silenciosas. 


É importante que as desavenças aconteçam entremeadas de longos momentos de boa convivência e harmonia. À medida que os filhos entendem as diferenças de personalidade e opinião, encontram seus espaços e gerenciam o protecionismo dos pais, conseguem manter uma relação de amizade e respeito mútuo, e as brigas se espaçam. É sinal de amadurecimento. 

O amor fraternal nasce no momento mágico da chegada do novo irmão, e perdura por toda a vida. Se antes achavam que o outro era um privilegiado, terminam por concluir que ambos o são por se terem mutuamente. Parabéns aos pais que proporcionam a seus filhos o privilégio de terem irmãos.
irmãos brigando
Este artigo faz parte de uma série de textos intitulados Ciúmes em Família, de André Pessoa
Veja também a série:
 

André Pessoa é pai de seis filhos, Mestrado em Orientação Familiar por Navarra, ministra cursos e palestras de Educação de Filhos desde 1995; Graduado pelo IME (Engenharia), Pós-Graduado pela PUC (Administração), FGV (Contabilidade Gerencial), ISE (Programa de Treinamento de Executivos) e Navarra (Orientação Familiar); Consultor da Accenture.
e-mail: andre.pessoa@estradas.com.br
Publicado no Portal da Família em 02/11/2011
 

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Reinaldo Cantanhêde Lima, funcionário público estadual, Sindicalista, Autodidata, Educador Alternativo e Mobilizador Social – Blog www.reinaldocantanhede.blogspot.com Email: reinaldo.lima01@oi.com.br – Telefone: (098) 3345 1298 /3345 2120 - 9161 9826
Apoio – SINTSEP/MA – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado do Maranhão

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