segunda-feira, 18 de março de 2013

" O CONHECIMENTO ESPÍRITA TRAZ UMA NOVA VISÃO DO UNIVERSO"



Radicado no Rio de Janeiro, o confrade paulista fala sobre Altivo Pamphiro e Yvonne Pereira, dois personagens marcantes do movimento espírita brasileiro

Gerson Sestini (foto), professor aposentado de Biologia e Ciências Naturais, espírita desde a adolescência e amigo pessoal dos personagens retratados na presente entrevista, é natural de São José do Rio Preto-SP, mas reside no Rio de Janeiro desde 1966.
 
Autor de várias obras espíritas e cofundador do Consolador – Comunidade Espírita Cristã, instituição situada em Copacabana, no Rio de Janeiro-RJ, na qual exerce atualmente o cargo de Diretor de Atividades Doutrinárias, Sestini fala nesta entrevista sobre sua convivência com Yvonne do Amaral Pereira e Altivo Pamphiro, dois vultos importantes do movimento espírita brasileiro.

Altivo Pamphiro é nome respeitável na história do Espiritismo. Desencarnado em 2006, deixou legado importante especialmente por meio do conhecido Centro Espírita Léon Denis, no Rio de Janeiro. Como amigo pessoal de Altivo, fale-nos sobre essa notável personalidade.
Altivo era uma pessoa carismática de firme e determinada vontade. Sua mediunidade e seu contagiante dinamismo atraíam e interessavam as pessoas a conhecer e praticar o Espiritismo. Celibatário, foi uma pessoa totalmente dedicada à sua missão.
Em sua opinião, qual o maior exemplo deixado por Altivo?
A perseverança no bem e a dedicação ao próximo. Elas alavancavam com suas palavras e ações a todo aquele que se dispusesse a vivenciar o Evangelho pautando conhecimentos e fidelidade à Doutrina Espírita. O destaque do Centro Espírita Léon Denis entre as comunidades espíritas do Rio de Janeiro e a editora CELD atestam sua incessante atividade em prol de uma humanidade melhor. Trabalhou com denodo até seu desencarne.

Qual o fato mais marcante que você destaca da intensa amizade entre vocês, considerando as atividades espíritas de ambos?
Conheci Altivo numa visita que fiz a Yvonne Pereira. Sua figura impressionou-me, embora, na ocasião, nada soubesse sobre suas atividades. Tempos depois tivemos a surpresa de nos sermos ‘apresentados’ no C.E. Léon Denis, fundado por ele, quando nos reconhecemos e nos tornamos grandes amigos. Em 1972, em viagem a São José do Rio Preto e Votuporanga, de passagem por Matão, levei-o a conhecer os locais e as obras de Cairbar Schutel, as quais inspiraram-no para suas atividades relativas à divulgação do Espiritismo. Altivo ajudou-nos na fundação de nossa casa espírita em Copacabana, com orientações mediúnicas e palestras. 

E da convivência amiga com Yvonne Pereira, qual o destaque mais expressivo que possa transmitir aos leitores?
Depois de nos tornarmos amigos, Yvonne foi a grande inspiradora e orientadora para que fundássemos nossa comunidade, o Consolador, apoiando-nos nos difíceis passos para sua consolidação em um bairro com escasso espaço físico. Na despedida de seu veículo físico, como preito de gratidão à sua amizade, renovamos nossos votos de fidelidade a ela e à Doutrina Espírita.  

Como era Yvonne nessa convivência cotidiana?
A médium era alegre, espontânea, generosa e paciente com as pessoas que a procuravam. Em muitas ocasiões abriu seu coração a mim, expondo-me seus anseios, suas angústias e esperanças para alcançar a paz interior que tanto almejava em sua difícil existência, apartada fisicamente dos seus seres afins. Contudo, era franca, firme e objetiva ao tratar de assuntos relativos ao Espiritismo com quem a procurasse. Sua humildade e bondade nunca deixaram que seus consulentes se afastassem sem levar consigo um pouco da luz com que os envolvia, entusiasmando e encorajando-os em suas lutas. 

Diga algo ao leitor sobre Yvonne que crie intensa motivação de conhecimento de suas obras, especialmente àqueles que nada conhecem sobre a notável médium.
Ouvindo a médium narrar e analisar trechos de suas obras, entre elas os magníficos romances centrados em fatos reais, o visitante era fatalmente levado a interessar-se em conhecê-las. Recentemente vimos num livro didático de História um trecho de seu livro “Nas Voragens do Pecado” transposto para atrair a atenção dos estudantes do ensino médio. O texto complementar versava sobre a fatídica ‘noite de São Bartolomeu’ com a matança dos huguenotes, ocorrida em 1572. Quando eu dizia a Yvonne que seus livros iriam atravessar os séculos, que necessitavam ser vertidos para outras línguas, acanhada, ela sorria. Na bienal do Livro no Rio em 2003, o livro espírita mais vendido foi “Memórias de um Suicida” de sua autoria, e seus compradores eram, na maioria, jovens.

E sobre seus próprios livros? Quantos o amigo já publicou e quais os títulos?
São quatro livros, ao todo. De minha autoria: “A Condutora de Sonhos” e  “Yvonne A Médium Iluminada”, ambos publicados pelo CELD. Em coautoria: “Carmelo Grisi, Ele Mesmo”, de Francisco Cândido Xavier e Gerson Sestini; e “Inesquecível Chico”, de Romeu Grisi e Gerson Sestini, ambos publicados pelo GEEM Editora. Tenho no prelo, neste momento, uma obra homenageando Cairbar Schutel. Além disso, colaboro com o jornal trimestral “Consolador”, editado por nossa comunidade.

O que mais lhe chama atenção no conhecimento espírita?
O conhecimento espírita traz uma nova visão do Universo e localiza o ser dentro dele mostrando sua origem e seu destino como individualidade imortal. O espírita convicto não teme o futuro, mesmo diante de obstáculos aparentemente impossíveis de serem transpostos, pois sabe que alcançará o triunfo e a felicidade em seu caminho evolutivo. 

Como analisa o atual estágio do movimento espírita?
De posse do conhecimento e da evolução moral alcançados pela humanidade, não podemos esperar que o movimento espírita cresça em espiral logarítmica, pois cada um de seus componentes é dotado da faculdade de livre escolha diante dos caminhos que as leis divinas lhes apontam. Apesar dos escolhos, da falta de estudo de seus profitentes, do personalismo e da vaidade de médiuns, escritores e expositores, pessoalmente considero que, diante da massificação por que passa, o movimento espírita vai relativamente bem em nosso país. No exterior ele nos mostra ainda pouca penetração pelo número de mentes voltadas ao hedonismo materialista.  

Algo mais a acrescentar?
Agradeço à revista “O Consolador” a oportunidade desta entrevista, colocando-me como humilde e despretensioso colaborador no movimento espírita, com a imensa responsabilidade de ter privado com missionários como Chico Xavier, Yvonne A. Pereira, Vinícius, Roque Jacintho, Heigorina Cunha, Altivo C. Pamphiro, e tantos outros luminares aos quais, um dia, terei que apresentar os resultados da tarefa que me apontaram para esta existência.  

Fonte: Retirado de o Consolador, uma Revista Semanal de Divulgação Espírita



 



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